VANIO CONCEDE ENTREVISTA AO JORNAL “O COMBATIVO” E FALA SOBRE O RETROCESSO AMBIENTAL EM ITAPEMA

Itapema/SC – Confira a seguir a entrevista que o vereador ,b>Vanio Cesar (PT) concedeu ao Jornal O Combativo que já está nas bancas.

Procurado pela reportagem do Jornal O Combativo, o vereador ,b>Vanio Cesar (PT) expôs alguns dos posicionamentos sobre uma das questões que está movimentando o cenário político na cidade, o meio ambiente.

O Combativo – Em relação à questão ambiental, com o senhor tem acompanhado as ações da administração municipal de Itapema?

Vanio – Pra começo de conversa, temos um posicionamento favorável à manutenção do refúgio da vida silvestre, da revitalização do Parque das Capivaras e da recuperação da vegetação de restinga que foi retirada do Parque Calçadão. Não podemos ficar calados enquanto a atual administração conduz Itapema a um retrocesso ambiental. Também não vamos ficar parados enquanto não conseguirmos reverter este retrocesso.

O Combativo – Vereador Vanio, como você vê a decisão judicial que revoga o decreto 119/2014 que havia acabado com a maior unidade de conservação ambiental municipal de Santa Catarina, o Refúgio da Vida Silvestre?b

Vanio – Primeiro ficamos surpresos quando o decreto 87/2012, que criou o Refúgio foi revogado por outro decreto, o nº 119/2014 que o prefeito publicou no final de janeiro e que acabava com o Refúgio da Vida Silvestre. O decreto 119/2014 foi um erro do atual governo de Itapema. A própria Constituição Federal impede que uma Unidade de Conservação seja suprimida ou alterada através de um simples decreto. Ocupamos a tribuna da Câmara de Vereadores na noite de terça-feira, dia 18, e falamos justamente sobre este retrocesso na nossa cidade. Fiquei sabendo da decisão na manhã de quarta feira, dia 19, de que a Meritíssima Juíza da Comarca, Dra. Andréia Régis Vaz, havia dado parecer favorável a ação civil pública com antecipação de tutela. Esta ação havia sido ajuizada pelo Ministério Público de Santa Catarina. Isto, para nós, significou uma vitória do meio ambiente e também da maioria da população da nossa cidade. Entendemos ter sido acertada a decisão judicial, mas sabemos que as forças contrárias a esta decisão vão agir e podem inclusive propor uma nova lei para extinguir ou restringir a área e a amplitude do Refúgio da Vida Silvestre. Estamos fazendo o enfrentamento, defendendo esta Unidade de Conservação que é a maior do gênero no nosso Estado. O debate está aberto! Não somos os donos da verdade, mas não aceitaremos as desculpas esfarrapadas que a atual administração vem dando, através dos seus agentes políticos, para nos desqualificar e dizer que nossa defesa do meio ambiente não tem sustentação. Se não tem sustentação, por que a justiça anulou o decreto 119/2014 que o atual prefeito havia publicado?

O Combativo – Quanto ao Parque das Capivaras, soubemos que o senhor esteve no local para averiguar denúncias. O que o senhor constatou lá?

Vanio – Constatamos que no local não há nem vestígios de capivaras, as placas e as lixeiras estão quebradas… Esta é a triste situação a qual chegamos. A manutenção do Parque das Capivaras não é uma questão apenas de posicionamento político, também é uma questão de preservação e respeito com a fauna e a flora. O espaço é nosso, é público. Pedimos que o Poder Executivo de atenção e revitalize logo o parque. São mais de 42 mil metros quadrados que pertencem ao Povo de Itapema. Uma revitalização no local é urgente.

O Combativo – Vereador, o senhor falou numa emissora de rádio da cidade que o corte da vegetação de restinga no Parque Calçadão foi um crime ambiental. O senhor confirma?

Vanio – Poderiam ter feito uma poda criteriosa na restinga, mas não, acabaram com a restinga e isso fere requisitos firmados entre o município e a Gerência Regional do Patrimônio da União que foram firmados na época da construção do Parque Calçadão, através de termo de compromisso e ajuste de conduta junto ao Ministério Público Federal. Se aquele tipo de restinga era ou não era o mais adequado isso poderia ter sido feito através de um estudo e, se fosse o caso, uma substituição por outra espécie de restinga. Nada justifica esta atrocidade de irem lá e acabarem com a restinga do Parque Calçadão.

O Combativo – Vereador, o Senhor teria alguma consideração final?

Vanio – Só para não deixar passar batido, quero lembrar que o retrocesso ambiental que está atual administração esta conduzindo passa também pela Praia Grossa. É importante lembrar a votação do Projeto de Lei de Iniciativa Popular nº 029/2013, que criaria o Monumento Natural da Praia Grossa e que foi reprovado na sessão ordinária da Câmara de Vereadores realizada em 22 de outubro do ano passado. Lembrar que os votos favoráveis foram apenas quatro. O meu e o dos vereadores Magnus Guimarães (PDT), Fabrício Lazzari (PP) e Lázaro da Silva Júnior (PSDB). Foi assim que o projeto para a criação do Monumento Natural da Praia Grossa foi rejeitado pela maioria dos vereadores. Temos ou não temos uma sequencia de posicionamentos contrários aos interesses da maioria da população? Pra finalizar não estamos fazendo palanque eleitoral em cima das questões ambientais. Atuamos na defesa do meio ambiente, juntamente com vários cidadãos e entidades há muitos anos, não somente agora que estamos na condição de vereador.

O Combativo – Obrigado pela entrevista, vereador Vanio!

Vanio – Obrigado pela oportunidade.

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